O presente artigo tem por objetivo analisar o papel das apropriações imagéticas no trabalho do fotógrafo japonês Daido Moriyama e as repercussões deste procedimento na construção de suas séries fotográficas. A partir do contexto de surgimento das apropriações na arte, as influências de Andy Warhol no processo criativo de Moriyama e a formação do estilo do fotógrafo, são analisadas imagens apropriadas pelo artista no período de 1969 a 1972, buscando perceber como o fotógrafo compreende os conceitos de originalidade, autoria e arte em sua produção fotográfica. Para isto, tomam-se como referências entrevistas, trabalhos acadêmicos e depoimentos do próprio autor. Em adição, são investigados os contextos de obtenção destas imagens a fim de perceber como Moriyama estabelece suas experiências com o mundo real e o mundo das imagens, utilizando como base entrevistas, catálogos, livros, artigos, declarações do fotógrafo sobre seu próprio trabalho e estudos do teórico Joan Fontcuberta acerca da realidade e suas representações imagéticas. Na parte final do artigo, caminha-se à conclusão de que Moriyama estabelece uma equivalência entre a vida real e a vida das imagens, questionando continuamente os conceitos de arte, autoria e originalidade em seus ensaios, o que justificaria a presença frequente das apropriações em suas séries.