Este trabalho busca compreender a relação entre emoções, experiências de sofrimento e articulação política na Marcha dos Trabalhadores Informais de Nova Déli. O trabalho tem natureza etnográfica e busca articular, a partir da antropologia das emoções, noções de sofrimento e de aspiração que vêm sendo debatidos principalmente pela “Antropologia do bem” proposta por Joel Robbins, bem como a noção de uma antropologia engajada com as discussões sobre futuro. Meu argumento salienta que a participação das mulheres nesta marcha evoca dimensões da vida pública e privada que são contornadas pela visibilidade e pela própria construção do sujeito como sofredor. Sujeito esse que se torna visível pela capacidade de aspirar um futuro de possibilidades, essencial para as experiências de empoderamento articuladas com as estratégias políticas da marcha.