A emergência dos games studies desde meados da década de 1980 permitiram que os videogames se tornassem um campo de debate a partir de uma variedade de perspectivas epistemológicas. No Brasil, há um potencial acerca dos trabalhos sobre games englobando imersão, mobilidade, representações e sociabilidades. Dessa forma, o game Uncharted: 2 Among Thieves foi eleito como fonte primária com o objetivo de analisar e discutir as representações orientalistas, tendo em vista a periodização de 2008 a 2009. Utiliza-se o conceito de orientalismo de Edward Said, levando em consideração também o conceito de representação de Roger Chartier. A metodologia adotada é uma adaptação proposta por Diogo Carvalho do método elaborado por Espen Aarseth para a utilização de games como fonte primária para historiadores. Como resultado, foi encontrada uma grande diversidade de elementos da cultura oriental na produção de Uncharted 2: Among Thieves. Embora tais elementos permitam uma discussão muito ampla sobre a apropriação e a representação, percebeu-se que a questão recai em estereótipos simplistas. Por fim, é explorada também a ideia de um mito paradisíaco da cidade de Shambhala, que ambienta os capítulos finais do game. Como discussão, sugere-se que os maiores destaques acerca das representações se dão por conta do exotismo do Oriente, de modo que a utilização de tais elementos esteve mais voltada a aspectos figurativos e ilustrativos do que incumbidos de qualquer outro significado mais profundo.