Neste artigo, analisamos o mangá Uzumaki, de Junji Ito, por meio de conceitos e temas da cultura oriental e ocidental que nos permitem explorar a espiral como uma estrutura labiríntica que desorganiza tanto o corpo quanto o espaço. A partir da contextualização e da explicação do que vem a ser o ero guro nansensu e de como a obra de Junji Ito se conecta a ele, investigamos de que maneira ocorre a presença dos temas oku e Ma na representação que o mangaká faz da cidade fictícia de Kurouzu-cho. Na medida que o corpo e os espaços se tornam estruturas desarticuladas pela maldição da espiral, aproximamos os sentidos do Ma ao informe, verbete criado por Georges Bataille, com o intuito de entender como o absurdo e o grotesco são representados no mangá. Além disso, estudamos o mangá Tomie e a antologia Fragmentos do horror, também de Junji Ito, para estabelecermos comparações com Uzumaki, no que diz respeito às releituras que o autor faz do yōkai e do yurei.