O texto tenta unir conceitos derridianos de democracia do porvir e hospitalidade a dois livros de Tawada Yōko, em perspectiva comparada. Traçando um paralelo entre o livro Emissário (2013), com um foco maior na novela presente dentro do mesmo, cujo título também é o do livro, e Espalhados por toda a terra (2018), o texto tem como objetivo trabalhar duas formas diferentes de respostas dadas por Tawada ao acontecimento da explosão dos reatores em Fukushima, seguido do (não tão natural) triplo desastre que assolou não só a cidade em si. Ao recontar, de forma resumida, como se dá o desenvolvimento narrativo de ambos, novela e romance (primeiro de uma trilogia), tenta-se observar, desde construções como o nome das personagens, até mesmo a importância do entregar-se ao imponderável daquilo que ainda não se conhece (simbolizado pela viagem), como respostas diferentes a um mesmo acontecimento, também indicando como o próprio trauma coletivo-individual é retrabalhado, vez após vez, no suporte literário.